Governo da Argentina anuncia que vai privatizar companhia de água e esgoto
Privatização da AySA marca uma nova fase no setor de água e saneamento da Argentina. O governo de Javier Milei busca modernizar os serviços e atrair investimentos privados após críticas à gestão estatal.
Privatização da AySA começa no governo Javier Milei
O governo argentino anunciou em 18 de novembro o início do processo de privatização da AySA, companhia de águas e saneamento de Buenos Aires e região metropolitana.
O porta-voz presidencial, Manuel Adorni, informou que 90% das ações da empresa, atualmente estatais, serão transferidas ao setor privado por meio de licitações. Os 10% restantes ficará com colaboradores da empresa por meio de um programa de participação acionária.
A AySA, símbolo do governo de Nestor Kirchner, atende 11,4 milhões de pessoas com abastecimento de água e 9,5 milhões com coleta de esgoto. Para comparação, a Sabesp atende 28,7 milhões em água e 25,5 milhões em esgoto.
Javier Milei, ao ser eleito, afirmou: "A AySA antes se chamava Águas Argentinas, era privada e funcionava muito bem". A Águas Argentinas, sob controle da empresa francesa Suez, foi privatizada em 1993, mas crítica pela alta nas tarifas e baixa nos investimentos.
A AySA foi nacionalizada em 2006, porém, atualmente, 85% da população argentina tem acesso à água potável e 56% ao saneamento. Em bairros populares, apenas 11,6% e 2,5% têm acesso, respectivamente.
Desde a chegada de Milei, a AySA cortou 1.454 funcionários, reduzindo a equipe para 6.336. O governo investiu mais de US$ 13,4 bilhões na empresa, que enfrentou aumento de inadimplência de 4% para 16%.
A privatização visa modernizar o setor de água e melhorar serviços, regulada pela Comissão Nacional de Valores Mobiliários. O governo criticou a gestão da ex-chefe Malena Galmarini por má aplicação de recursos.
A privatização incluirá a alienação de 83 obras de expansão para o Ministério de Obras Públicas ou municípios e províncias.