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Governo dobra aposta em discurso sobre 'andar de cima' e avalia ir à Justiça por IOF, apesar de alertas

Governo Lula considera judicializar derrubada dos decretos do IOF após derrota no Congresso, em meio a tensão com parlamentares. Estratégia visa justificar a cobrança do imposto em favor da justiça tributária, enquanto busca melhorias na relação com o Legislativo.

Aliados do Presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmam que o governo planeja judicializar a derrubada dos decretos do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras). O argumento é a cobrança dos ricos em favor dos pobres.

A disputa pode agravar tensões com parlamentares de centro e direita. Na Câmara, quase 400 deputados apoiaram a derrota do Executivo, enquanto no Senado a aprovação foi simbólica.

O governo busca ressaltar a justiça tributária, citando isenções concedidas a sites de jogos de azar. Auxiliares de Lula indicam que a Secom produzirá conteúdos para redes sociais com essa narrativa.

Interlocutores de Lula acreditam haver brechas legais para reverter a decisão, defendendo que é necessário evitar um estrangulamento no Orçamento. Sem os recursos do IOF, despesas serão cortadas, afetando emendas parlamentares.

Embora haja um apelo por uma solução política, o governo deve judicializar a questão, o que pode intensificar a crise no Congresso. Lula, após reunião no Palácio do Planalto, pretende entrar em contato com os presidentes da Câmara e do Senado.

O deputado Hugo Motta surpreendeu ao anunciar que a votação do projeto de decreto legislativo estava na pauta, o que levou a ministra Gleisi Hoffmann a convocar líderes para discutir a situação.

O clima é tenso, com recados de parlamentares indicando insatisfação caso a judicialização prosseguir. Um parlamentar do centrão destaca a importância do diálogo para restaurar a relação entre Executivo e Legislativo.

As queixas estão ligadas ao atraso no pagamento das emendas parlamentares, com pressão de prefeitos aliados em suas bases eleitorais. Apesar do aumento nas emendas liberadas, a medida foi considerada insuficiente.

Petistas avaliam que a derrota no Congresso pode ser usada para reforçar o discurso em defesa dos vulneráveis. Jaques Wagner, líder do governo no Senado, declarou que a medida atenderia apenas ao "andar de cima".

Deputados aliados percebem a movimentação de Motta como alinhamento com a oposição, especialmente com o senador Ciro Nogueira, que se candidata à vice na chapa bolsonarista em 2026.

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