Governo espera superavit de US$ 70 bi na balança comercial em 2025
Governo antecipa superavit na balança comercial, mas impactado por tarifas dos EUA. Expectativa de queda em relação a 2024 pode sinalizar novos desafios para as exportações brasileiras.
Superávit na Balança Comercial: O governo federal projeta um superávit de US$ 70,2 bilhões para a balança comercial do Brasil em 2025.
Isso representa uma queda de 5,4% em relação aos US$ 74,2 bilhões de 2024, conforme divulgado pela Secretaria de Comércio Exterior do MDIC em 4 de abril de 2025.
A expectativa é de que o Brasil venda mais produtos do que compre, configurando-se assim a balança comercial.
Esta é a 1ª estimativa do governo para 2025 e não considera amplamente as mudanças no comércio exterior devido às tarifas do presidente dos EUA, Donald Trump.
O diretor do Departamento de Estatísticas do MDIC, Herlon Brandão, afirmou que os efeitos das tarifas norte-americanas serão incorporados às projeções em julho.
A tarifa imposta pelo governo dos EUA aos produtos brasileiros é de 10%, sendo menor que a aplicada por 60 países. Economistas veem oportunidades para fortalecer relações comerciais, dada a menor competição.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva deve sancionar um projeto de lei que permite a reciprocidade tarifária, possibilitando retaliações comerciais.
Desde sua campanha de 2024, Trump defende a taxação de produtos estrangeiros para impulsionar a indústria local.
Em 26 de março, foram anunciadas taxas de 25% para carros importados e similares para aço e alumínio desde 12 de março.
O impacto da taxação pode ser significativo, já que os EUA são o maior comprador de aço e o 2º maior de alumínio do Brasil.
Estudos estimam que a taxação pode reduzir as exportações brasileiras em até US$ 700 milhões, com o Ipea projetando perdas de US$ 1,5 bilhão.
A política tarifária de Trump teve um ponto culminante em 2 de abril, com o início da cobrança das tarifas recíprocas, estabelecendo uma alíquota de 10% para o Brasil.
Trump chamou esta data de "Liberation Day", marcando a “libertação” do comércio “injusto”.