Governo federal deve publicar até terça-feira decreto para responder tarifa de Trump
Governo brasileiro se prepara para aplicar a Lei da Reciprocidade em resposta à sobretaxa de 50% dos EUA. Lula busca resolver a situação por vias diplomáticas antes da implementação da medida, prevista para 1º de agosto.
Governo brasileiro anunciará até terça-feira (15) o decreto que regulamenta a Lei da Reciprocidade, permitindo retaliar a sobretaxa de 50% imposta pelos Estados Unidos a produtos brasileiros.
A revelação foi feita pelo vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Geraldo Alckmin, em evento em São Paulo no último domingo (13). Segundo ele, a prioridade ainda é reverter a decisão antes da entrada em vigor, agendada para 1º de agosto.
Alckmin criticou a tarifa, afirmando que é inadequada e sem justificativa, e ressaltou os laços históricos entre Brasil e EUA, que se estendem por 200 anos.
A sobretaxa foi anunciada por Donald Trump em carta a Lula, alegando que a relação comercial é “injusta” e “não recíproca”. Entretanto, dados oficiais indicam superávit comercial dos EUA com o Brasil há 17 anos.
Em resposta, Lula convocou uma reunião para discutir a reação brasileira, reiterando que o país não aceitará tratamento desigual e que usará canais diplomáticos antes de retaliar.
A Lei da Reciprocidade, sancionada por Lula, permite ao Brasil reagir a barreiras comerciais, e o decreto que será publicado regulamentará suas aplicações. Alckmin liderará um comitê interministerial para a coordenação das respostas.
Trump, por sua vez, afirmou que poderá rever as tarifas se o Brasil "abrir seus mercados" e eliminar barreiras comerciais, mas advertiu sobre novas elevações nas taxas como retaliação a qualquer resposta brasileira.
O governo brasileiro reafirma que não aceita ameaças e pide respeito às suas tradições diplomáticas.