Governo Lula agiu para segurar fila do INSS e frear alta de gastos com benefícios
Governo prioriza revisões de benefícios do INSS para conter gastos em meio à crise orçamentária. Apesar da promessa de regularizar concessões, a fila de pedidos cresce e gera tensões internas.
O governo Lula tomou medidas para conter a fila do INSS e reduzir gastos com benefícios previdenciários. Sob orientação da Casa Civil e do Ministério da Fazenda, priorizou revisões de benefícios e apuração de irregularidades.
Conforme documentos obtidos pela Folha, essa decisão visou desacelerar o aumento dos gastos, com a fila subindo de 2 milhões para 2,6 milhões de requerimentos.
Representantes de vários ministérios e do INSS discutiram o tema. Apesar das tentativas de economizar no curto prazo, essa estratégia pode resultar em custos futuros, como juros e correções para os segurados.
O ex-ministro Carlos Lupi confirmou a priorização das revisões, mas expressou desconforto. Ele afirmou: "Quando é uma decisão governamental, a gente acata."
O Ministério da Previdência negou ter represado a concessão de benefícios, alegando que a contenção não afeta o desempenho fiscal.
A Folha também destacou que a gestão anterior, sob Jair Bolsonaro, adotou prática similar para controlar despesas.
A partir de junho de 2024, mudanças no sistema de combate à fila foram implementadas, priorizando a apuração de irregularidades e revisões. A fila se manteve em alta e em novembro e dezembro de 2024, o número de análises de benefícios caiu em relação ao ano anterior.
Embora cerca de 50% dos benefícios revisados tenham sido considerados indevidos, a economia de R$ 2,4 bilhões não atendeu às expectativas.
Após pressões, o governo discutiu novas medidas, mas o programa de enfrentamento à fila foi retomado apenas em abril de 2025, quando a fila apresentou queda pela primeira vez desde junho do ano anterior.