Governo Lula atribui queda de lucro do BB a pauta-bomba do Congresso e mantém boa avaliação de Tarciana
Governo aponta alta da inadimplência e renegociações do agronegócio como fatores para queda de 60% no lucro do Banco do Brasil. Apesar da pressão política, a presidente da instituição mantém apoio no Planalto.
Governo Lula responsabiliza o Congresso Nacional pela queda do lucro líquido do Banco do Brasil no 2º trimestre, que totalizou R$ 3,8 bilhões, 60% menor que o ano anterior.
A presidente Tarciana Medeiros continua bem avaliada, apesar da situação crítica, segundo aliados do presidente.
A alta da inadimplência é uma das causas apontadas para essa queda. Auxiliares de Lula atribuem isso à expectativa do agronegócio sobre a renegociação de dívidas após a aprovação de uma “pauta-bomba” na Câmara, que liberou até R$ 30 bilhões do Fundo Social do Pré-Sal para refinanciamento.
A Câmara aprovou o crédito subsidiado em retaliação ao veto de Lula sobre o aumento do número de deputados. A proposta, inicialmente para pequenos produtores, foi ampliada com o apoio do centrão para incluir dívidas gerais do agronegócio.
A queda no lucro é atribuída a um aumento na provisão para perdas esperadas (PDD), que totalizou R$ 15,9 bilhões, 104% maior que há 12 meses. O Banco Central exige que os bancos reservem valores esperados de não recebimento.
Os débitos do agronegócio são calculados em R$ 7,9 bilhões, enquanto pessoas físicas e jurídicas somam R$ 4,8 bilhões e R$ 4,3 bilhões, respectivamente.
O agro enfrenta recuperações judiciais após a última safra, com atrasos acima de 90 dias chegando a 3,49% do total.
Aliados minimizam a possibilidade da saída de Tarciana do cargo, apesar da pressão de senadores. O presidente do Senado, Davi Alcolumbre, reivindica o posto, mas governistas afirmam que o desempenho do BB não indica uma mudança iminente.
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