Governo Lula diz aos EUA que tarifaço pode prejudicar gravemente relação comercial com Brasil
Governo brasileiro alerta para riscos de tarifas unilaterais dos EUA e defende relação comercial saudável entre os países. Lula solicita diálogo em vez de restrições que podem prejudicar a economia bilateral.
Governo Lula alerta sobre tarifas de Trump
O governo brasileiro, sob a presidência de Luiz Inácio Lula da Silva, protocolou um documento no USTR (Representante de Comércio dos EUA) alertando sobre os riscos de um tarifaço contra o Brasil. Segundo o governo, isso pode prejudicar gravemente as relações comerciais entre os dois países.
No documento, o Brasil afirma que a política de tarifas propostas por Trump "viola compromissos legais" da OMC e desestrutura acordos comerciais estabelecidos.
Em 20 de fevereiro, o USTR abriu consulta pública e o governo Lula enviou suas observações. Espera-se que uma investigação sobre o caso seja divulgada em 2 de abril, quando Trump pode anunciar tarifas adicionais.
O documento brasileiro apresenta um cálculo de prejuízo de US$ 7,4 bilhões, o mesmo excedente comercial dos EUA com o Brasil em 2022.
Os EUA tiveram um superávit comercial com o Brasil por 15 anos, acumulando US$ 160 bilhões em bens. O texto destaca que a tarifa média brasileira em produtos comerciais com os EUA é de apenas 2,7%, apesar da taxa nominal ser de 11%.
A parte crítica do documento ressalta que as políticas tarifárias americanas prejudicam as relações comerciais que ambos os países mantêm. Lula sugere que, se os EUA estão insatisfeitos, deveriam renegociar tarifas existentes ao invés de aumentar restrições.
No que diz respeito ao etanol, o Brasil argumenta que suas tarifas estão dentro das normas da OMC, contrastando com as altas tarifas dos EUA. O governo apresenta que a tarifa sobre o açúcar no Brasil é de 7%, enquanto nos EUA sobe para US$ 340 por tonelada.
O governo de Lula reconhece os objetivos industriais dos EUA, mas pede um diálogo construtivo ao invés de medidas unilaterais que possam prejudicar a relação comercial.
O Itamaraty confirmou que o documento é oficial e que está monitorando a situação com atenção, reforçando a importância do debate público sobre o tema.