Governo Lula põe sigilo de até 15 anos em telegramas diplomáticos sobre tarifaço e sanções a Moraes

Ministério das Relações Exteriores impôs sigilo a telegramas entre o Brasil e a embaixada em Washington nos últimos 10 meses.

Esse período inclui a campanha eleitoral de Donald Trump e o aumento das tensões diplomáticas com os EUA, devido a tarifas e ações contra o Supremo Tribunal Federal (STF) brasileiro, especialmente envolvendo o ministro Alexandre de Moraes.

O Itamaraty não se manifestou após a publicação da notícia. As informações estão classificadas entre reservado (5 anos) e secreto (15 anos), baseadas na Lei de Acesso à Informação (LAI) para proteger as relações internacionais.

Os telegramas abordam temas como:

• Tarifaço do governo Trump
• Suspensão de vistos para autoridades brasileiras
• Processos judiciais envolvendo Moraes
• Repressão transnacional

No dia 26 de junho, dois telegramas sobre "repressão transnacional" foram enviados, e no mesmo dia, o deputado Chris Smith pediu sanções contra Moraes ao secretário de Estado, Marco Rubio.

As sanções foram impostas em 30 de julho pela Secretaria do Tesouro dos EUA. Em 19 de julho, os vistos de Moraes e outros ministros foram suspensos.

Além desses, documentos classificados incluem:

• Conversas com assessores parlamentares de deputados dos EUA
• Subsídios para diálogos com interlocutores norte-americanos
• Cooperação contra crime organizado
• Comércio Brasil-EUA

Um total de 9 documentos estão sob sigilo de 15 anos e 14 por 5 anos. Um telegrama foi classificado como secreto após solicitação do Estadão via LAI, abordando o comércio entre os países.

Essa tática de classificar informações após pedidos via LAI também foi utilizada por outros ministérios durante o governo Lula, em estratégia semelhante à do governo Bolsonaro.

O Estadão solicitou acesso a documentos relacionados a STF, Moraes, Bolsonaro e tarifas, mas as disponíveis incluem apenas informações sobre missões oficiais de Eduardo Bolsonaro e preocupações de agricultores sobre tarifas.