Governo Lula prevê escalada de Trump por condenação de Bolsonaro e retaliação vira ‘carta na manga’
Lula enfrenta desafio diplomático e comercial com os EUA após tarifas elevadas, enquanto busca alternativas com países do Brics. O governo avalia a aplicação de medidas de retaliação como resposta a possíveis sanções adicionais de Trump.
BRASÍLIA - Após a aplicação de tarifas de 50% sobre produtos brasileiros pelos EUA, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva decidiu não retaliar imediatamente, apesar da pressão do setor privado.
O governo considera a Lei de Reciprocidade Econômica como uma carta na manga frente a possíveis sanções futuras do presidente Donald Trump, que podem ocorrer em setembro, quando o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro entra em fase decisiva.
Entre as medidas avaliadas pelo Palácio do Planalto estão:
- Negociação;
- Mitigação;
- Diversificação;
- Retaliação.
O governo reconhece que a crise com os EUA está “congelada” e que os esforços de diálogo não têm trazido resultados. Lula evita contatar Trump por temer que a conversa seja uma armadilha, podendo resultar em aumento de tarifas.
Além disso, Lula está buscando apoio de outros países do Brics, como Índia e China, mas é cético quanto a uma reação conjunta devido às relações mistas dos países com os EUA.
O governo também explora a diversificação de mercados e a reabertura de linhas de crédito do BNDES para fortalecer a exportação, embora tenha enfrentado obstáculos legislativos.