Governo Lula vê navios dos EUA como pressão contra Maduro, mas evita embate
Movimentação militar dos EUA gera preocupação no governo Lula, que defende a não intervenção na Venezuela. Discussões sobre o assunto devem ocorrer na cúpula da OTCA na Colômbia, com foco na cooperação regional.
Governo Lula critica deslocamento de navios de guerra dos EUA
O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva vê o movimento de navios de guerra dos Estados Unidos na costa da Venezuela como uma estratégia para pressionar o ditador Nicolás Maduro.
A ação reitera a lógica da era Trump, focada em combater organizações criminosas e tráfico de drogas, afetando também outros países, como o México.
Há incômodo entre aliados de Lula com a presença dos navios e declarações agressivas de autoridades de Washington. No entanto, a resposta deve ser cautelosa, considerando tarifas e sanções impostas pelo governo americano.
Três destróieres Arleigh Burke se aproximarão da costa venezuelana para combater cartéis de drogas, conforme informou a Reuters.
A porta-voz do governo americano, Karoline Leavitt, destacou que os EUA utilizarão "toda a força" contra o regime de Maduro.
Mais de 4.000 fuzileiros navais e marinheiros foram deslocados para a região na última semana.
Um membro do governo Lula afirma que a movimentação não indica uma invasão iminente, citando a recente renovação de licença para exploração de petróleo na Venezuela. Mas o cenário permanece delicado.
Celso Amorim, assessor internacional da Presidência, expressou preocupação. Defendeu o princípio da não intervenção, enfatizando que a presença militar próxima à Venezuela é arriscada.
Atualmente, o Brasil pode apenas se opor à presença dos navios se novos fatos surgirem, como incursões nas águas da Venezuela.
O assunto deverá ser abordado na cúpula da OTCA (Organização do Tratado de Cooperação Amazônica) na Colômbia, onde Lula participará. Países como Colômbia e Peru estão diretamente afetados pela crise venezuelana.
O Brasil busca que a OTCA destaque esforços de combate ao crime organizado na região amazônica, reforçando que a responsabilidade deve ser das nações locais, não de potências externas como os EUA.