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Governo Macron eleva tom contra 'ameaça do islã' e diz combater radicalismo

Relatório do governo francês alerta para o avanço do islamismo radical no país e acende debates sobre segurança e coesão social. Presidente Macron convoca reunião de emergência para discutir medidas contra o extremismo.

Relatório do governo francês alerta para ameaças do islamismo radical à coesão nacional, citando recrutamento "de baixo para cima".

Presidente Emmanuel Macron convocou reunião do Conselho de Defesa e Segurança Nacional nesta quarta-feira (21) para discutir o assunto.

A oposição criticou o relatório, acusando o governo de islamofobia. Ao final da reunião, Macron pediu ao primeiro-ministro François Bayrou novas propostas para combater o radicalismo.

O relatório de 73 páginas será publicado no próximo fim de semana. Vazamentos indicam que a federação Muçulmanos da França (MF) estaria usando mesquitas, escolas e redes sociais para propagar ideias radicais.

A MF é vista como um braço dos Irmãos Muçulmanos, considerados terroristas por alguns países árabes. A organização manifestou preocupação com as acusações, negando vínculos com projetos políticos estrangeiros.

O ministro do Interior, Bruno Retailleau, afirmou que a MF visa impor a sharia na França. Ele também anunciou um projeto de construção de uma prisão de segurança máxima na Guiana Francesa, gerando críticas devido a memórias da Ilha do Diabo.

A ascensão política de Marine Le Pen e seu partido ultradireita, a Reunião Nacional (RN), é marcada pelo discurso anti-islâmico. Le Pen enfrenta ameaça de inelegibilidade por condenação por desvio de fundos.

Retailleau recebeu críticas da esquerda por alimentar o ódio aos muçulmanos para conquistar votos. O líder da esquerda, Jean-Luc Mélenchon, acusou o Conselho de Defesa de dar crédito a "teses delirantes".

A questão da islamização da França é um tema polêmico, com cerca de 10% da população sendo muçulmana. O debate sobre a integração de muçulmanos à cultura francesa é antigo e polarizador.

Teorias conspiratórias, como a da "Grande Substituição", afirmam que a população muçulmana se tornará majoritária e dominará a França a longo prazo.

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