Governo Maduro fecha fronteiras da Venezuela e prende líder da oposição antes de eleições
Governo venezuelano intensifica repressão à oposição antes das eleições, prendeu líder opositor e alegou captura de "mercenários". Medidas incluem fechamento das fronteiras e reforço das forças de segurança para garantir a ordem no pleito.
Governo da Venezuela, liderado por Nicolás Maduro, prendeu um dos principais líderes da oposição, Juan Pablo Guanipa, e fechou fronteiras a poucos dias das eleições locais.
No dia 23 de junho, as autoridades informaram sobre a detenção de Guanipa, que estava em clandestinidade desde julho. Ele é aliado da líder opositora María Corina Machado e teria ligação com uma suposta "rede terrorista", segundo o ministro do Interior, Diosdado Cabello.
Cabello apresentou evidências, incluindo celulares e um notebook, alegando que o plano da rede estava documentado. Guanipa e Machado aparecem juntos na última manifestação em 9 de janeiro, protestando contra a posse de Maduro a um terceiro mandato, que foi considerado fraudulento pela oposição.
Machado pediu ao público que não votasse nas eleições, enquanto Guanipa, em uma mensagem no X, afirmou ter sido "sequestrado" e que a luta contra a ditadura continuaria.
Guanipa, que foi eleito governador de Zulia em 2017, não assumiu o cargo devido à recusa em prestar juramento à Assembleia Constituinte. Cerca de 21 milhões de eleitores estão registrados para escolher 24 governadores e 285 legisladores, com a votação incluindo a disputada região do Essequibo.
Na quinta-feira, o governo divulgou a prisão de 38 "mercenários" que tentaram entrar no país pela Colômbia. Maduro afirmou que mais de 50 mercenários foram capturados, e o governo impôs restrições ao acesso ao país entre 23 e 26 de maio, visando prevenir ameaças à segurança durante as eleições.
Cerca de 400.000 efetivos das forças de ordem serão mobilizados para garantir a segurança do pleito.