Governo Milei anuncia suspensão do sigilo de documentos da ditadura no aniversário do golpe
Governo Milei promete transparência sobre a ditadura militar argentina ao abrir arquivos de inteligência, enquanto enfrenta críticas por sua equiparação de crimes entre forças armadas e guerrilheiros. Decisões controversas geram tensões com organizações de direitos humanos, que alertam para o risco de justificação da repressão.
Governo argentino de Javier Milei anunciou a retirada do sigilo sobre documentos de inteligência da ditadura militar de 1976 a 1983, no 49º aniversário do golpe de Estado.
O porta-voz Manuel Adorni afirmou que todos os documentos das Forças Armadas serão tornados públicos, ressaltando o compromisso com os direitos humanos e a importância de contar a história completa.
A decisão segue um decreto de 2010, que nunca foi totalmente implementado. O governo Milei se define como defensor da “memória completa” e comparou os crimes das Forças Armadas aos das guerrilhas, provocando críticas de organizações de direitos humanos.
O governo também reconheceu o ataque do Exército Revolucionário Popular à família do capitão Humberto Viola, ocorrido em 1974, como crime contra a humanidade. A viúva de Viola buscou reconhecimento na Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) e teve o caso revisado por Milei.
O presidente argentino planeja enviar um projeto de lei para tornar inafiançáveis os crimes das guerrilhas durante a ditadura. Grupos de direitos humanos criticaram essa equiparação, alertando sobre o risco de justificar a repressão.
As organizações afirmam que a ditadura deixou cerca de 30 mil desaparecidos. As marchas na Plaza de Mayo pelo Dia da Memória continuam a receber apoio popular.