Governo precisará cortar R$ 15 bi em gasto tributário para fechar contas de 2025 e 2026, diz Haddad
Ministro da Fazenda destaca a necessidade urgente de aumentar receitas e controlar gastos para equilibrar as contas do governo nos próximos anos. Ele propõe medidas para fechar brechas fiscais e buscar entendimento com o Congresso após a queda do decreto do IOF.
Fernando Haddad, ministro da Fazenda, revelou em entrevista ao Valor Econômico que o governo precisa de receitas do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), da aprovação da medida provisória (MP) 1.303/25 e de um corte de pelo menos R$ 15 bilhões em gastos tributários para equilibrar as contas de 2025 e 2026.
Ele enfatizou a necessidade de combater a elisão fiscal e citou o “risco sacado” como exemplo. Inicialmente, o governo programou um corte de R$ 40 bilhões, mas a proposta não avançou, agora o foco está nos gastos tributários infraconstitucionais.
Haddad mencionou que existem oito propostas de redução de gastos primários, incluindo regulamentação de supersalários, previdência dos militares e aperto no seguro-defeso. Ele deseja discutir essas medidas com o Legislativo.
O ministro destacou sua boa relação com o presidente da Câmara, Hugo Motta, apesar da recente derrubada do decreto do IOF pelo Legislativo. O governo planeja recorrer ao Supremo Tribunal Federal (STF) para reverter essa decisão.
Em relação à polarização social, Haddad defendeu que o governo busca representar os 90% da população que pagam impostos. Ele não se considera traído e deseja entender os motivos da derrubada do IOF.
O ministro também falou sobre a manutenção da meta fiscal, ressaltando que isso visa chamar a atenção do Judiciário e do Legislativo para a importância do tema.
Sobre a recente alta da taxa Selic, Haddad afirmou estar observando as decisões do Banco Central.