HOME FEEDBACK

Governo prepara mudança para tornar mais atrativo financiamento imobiliário corrigido pela inflação

Mudança visa tornar o crédito imobiliário mais acessível e menos suscetível à volatilidade da inflação. Medida deve estimular a portabilidade e reduzir os riscos para os consumidores.

BRASÍLIA - O governo Lula planeja reformular a linha de crédito imobiliário corrigida pelo IPCA, visando minimizar as oscilações bruscas da inflação que afetam os consumidores.

A nova proposta permite ao tomador do empréstimo realizar amortizações extraordinárias durante períodos de inflação controlada. Isso visa absorver antecipadamente um possível repique no IPCA e reduzir o risco e a volatilidade da linha, tornando-a mais atrativa.

A linha de crédito, lançada em 2019, foi inativa por causa de picos inflacionários, que aumentaram as parcelas e impulsionaram a inadimplência. Consequentemente, muitos tomadores migraram para opções com juros pré-fixados ou corrigidas pela TR.

Em 2021, a inflação atingiu 10%, motivando a portabilidade de empréstimos. A proposta atual do governo visa, portanto, mitigar esses impactos. A nova abordagem já foi apresentada aos bancos, que verificaram que as novas condições se assemelham à indexação pela TR, com sem saldo devedor residual.

A medida também sugere que o financiamento seja efetivado por meio do mercado de capitais, alinhando os juros dos bancos ao custo de captação. Isso tornaria o crédito indexado ao IPCA mais barato e simples para as instituições.

Entretanto, os bancos enfrentariam mais riscos, exigindo operações de hedge para proteção. O modelo atual, baseado na poupança, é visto como desaconselhável em um mercado que exige maior eficiência nos custos.

No cenário atual, se um banco capta a 90% do CDI e oferece empréstimos a TR mais 10%, ele pode estar sujeito a variações de juros que comprimem sua margem.

Leia mais em estadao