Governo prevê que prejuízo do INSS vai quadruplicar em 75 anos
Previsões indicam que o déficit do INSS poderá alcançar R$ 31 trilhões até 2100, impulsionado pelo envelhecimento populacional e regras atuais de aposentadoria. Especialistas alertam que, sem reformas adicionais, o modelo previdenciário brasileiro enfrentará grandes desafios financeiros.
Prejuízo do INSS deve quadruplicar em 75 anos
O governo federal estima que o prejuízo do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) aumentará mais de quatro vezes nos próximos 75 anos, conforme o Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (PLDO) de 2026, enviado ao Congresso Nacional em 15 de abril.
O PLDO, que orienta a elaboração do Orçamento da União, destaca que o déficit do INSS se deve ao rápido envelhecimento da população e às atuais regras de concessão de aposentadorias e pensões.
De acordo com o IBGE, o Brasil deve manter até 2060 a tendência de queda na taxa de crescimento populacional, resultando em um envelhecimento acelerado.
O RGPS (Regime Geral de Previdência Social) opera com um modelo de repartição simples, onde trabalhadores ativos pagam os benefícios dos aposentados. A queda na taxa de crescimento populacional gera preocupação, pois haverá menos jovens contribuindo para o sistema.
Em 2025, o déficit entre arrecadação e gastos do sistema deve atingir quase R$ 329 bilhões, ou 2,58% do PIB. Se a situação não mudar, esse valor pode alcançar R$ 31 trilhões em 2100, equivalente a 11,59 % do PIB.
A população com 60 anos ou mais deve aumentar significativamente: de 13,8% em 2019 para 32,2% em 2060.
O envelhecimento será notável entre as mulheres, que devem passar de 15,1% em 2019 para 34,8% em 2060. Para os homens, a expectativa é de um aumento de 12,5% em 2016 para 29,4% em 2050.
O Projeto da LDO de 2026 alerta que a queda nas taxas de fecundidade e mortalidade resultará em grandes pressões sobre as políticas públicas, especialmente na área previdenciária.
A reforma da Previdência de 2019 fixou a idade mínima de aposentadoria em 62 anos para mulheres e 65 anos para homens, exigindo, respectivamente, 15 e 20 anos de contribuição.
Analistas apontam que essas mudanças podem não ser suficientes para evitar o prejuízo futuro, sugerindo uma possível nova reforma.