Governo recua em IOF mais alto para fundos de investimento, mas mantém para a população; veja mudança no discurso
Governo inicialmente ampliou o IOF sobre operações de crédito, mas recuou em relação aos fundos de investimento no exterior após feedback do mercado. Mantém, porém, a alíquota elevada para compra de dólar em espécie e remessas internacionais.
Governo Lula aumenta IOF sobre operações de crédito – Na quinta-feira (22), a equipe econômica anunciou um aumento do Imposto Sobre Operações Financeiras (IOF) para operações de crédito, especialmente em transações cambiais, como compra de dólar em espécie e investimentos em fundos no exterior.
Porém, horas depois, o governo revogou o aumento do IOF para aplicações em fundos nacionais fora do Brasil, mantendo a alíquota zero para esse caso.
Manutenção da alíquota elevada – O IOF foi mantido em 3,5% para a compra de dólar em espécie por pessoas físicas e para remessas de dinheiro para contas no exterior. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que essa medida não é voltada para a grande massa populacional e que o novo IOF é menor que o praticado anteriormente.
Justificativa do governo – Durante o anúncio, a equipe econômica defendeu o aumento do IOF para investimentos no exterior, alegando que o incentivo atual é inadequado e que é necessário fechar brechas para evitar sonegação. Robinson Barreirinhas, secretário da Receita Federal, enfatizou que a mudança visa proteger a indústria doméstica.
Corrigindo a rota – Na sexta-feira, Haddad admitiu que o governo está aberto a corrigir decisões após diálogo com o mercado financeiro. Ele reconheceu que houve "ruído" sobre determinadas medidas, como Juros sobre Capital Próprio (JCP) e dividendos, e que a revisão do item anunciado pode evitar especulações indesejadas.