Governo restinge acesso a 16 milhões de documentos sobre convênios de obras, repasses e emendas
Governo limita acesso a 16 milhões de documentos de convênios, gerando críticas sobre a falta de transparência. A medida, justificada pela proteção de dados pessoais, contraria orientações da Advocacia-Geral da União.
Restrição de Informações de Convênios Públicos
O governo federal restringiu o acesso a 16 milhões de documentos relacionados a convênios públicos, conforme estimativas do Ministério da Gestão e Inovação (MGI).
- Documentos afetados: planos de trabalho, notas fiscais e relatórios de despesas.
- Impedimento de acesso completo a convênios que somam mais de R$ 600 bilhões.
- Atinge informações sobre emendas parlamentares, incluindo as relacionadas ao "orçamento secreto".
Justificativa do MGI
A restrição é baseada na proteção de dados sensíveis e só disponibiliza informações mediante solicitação pela Lei de Acesso à Informação (LAI).
O MGI declarou que informações principais dos convênios permanecem acessíveis, e uma nova ferramenta está sendo desenvolvida para anonimizar dados pessoais.
Controvérsia Jurídica
A Advocacia-Geral da União (AGU) contestou a interpretação do MGI, afirmando que o parecer não autoriza o bloqueio das informações, as quais devem ser auditáveis e publicamente disponíveis.
A secretária adjunta do MGI, Regina Lemos de Andrade, estima 60 dias para a disponibilização de documentos novos, mas sem prazo definido para os antigos.
Críticas à Restrição
Especialistas veem a restrição como um retrocesso. A gerente de programas da Transparência Brasil, Marina Atoji, destaca uma lacuna grave na disponibilização de documentos essenciais para o controle social.
Compromisso com a Transparência
Durante a campanha, Luiz Inácio Lula da Silva prometeu aumentar a transparência na gestão. Em evento recente, reiterou o acesso à informação como um direito fundamental.
A Secretaria de Comunicação Social reafirmou o compromisso do governo com a transparência e a conformidade com a legislação.