Governo Trump encerra acordo contra segregação racial em distrito escolar no sul dos EUA
Encerramento do acordo gera temores de retrocesso na luta pela integração escolar. Especialistas alertam para o risco de aumento da segregação racial em distritos que não estão mais sob supervisão judicial.
O Departamento de Justiça dos EUA encerrou um acordo sobre segregação racial escolar em um distrito da Louisiana.
Autoridades do governo de Donald Trump afirmaram que a manutenção da medida era um "erro histórico", citando que a integração ocorreu há décadas.
O acordo, firmado em 1966 com o distrito de Plaquemines, estava em vigor desde então.
A Suprema Corte declarou em 1954 que a segregação racial na educação é inconstitucional, mas muitos municípios resistiram à integração.
Ação do Departamento de Justiça exigia providências nas décadas seguintes, resultando em ordens de integração em diversas localidades, como Plaquemines.
As autoridades locais argumentaram que a integração havia sido concluída em 1975 e pediram permissão para finalizar a supervisão.
Uma petição conjunta afirmou que “as reivindicações dos EUA foram completamente resolvidas”.
Especialistas expressam preocupação, temendo retrocessos na integração, com pesquisas indicando que distritos sem supervisão frequentemente enfrentam aumento na segregação racial.
Halley Potter, da Century Foundation, destacou que “as escolas voltam rapidamente a se segregar” após o encerramento da supervisão.
Leo Terrell, do Departamento de Justiça, considerou o caso um exemplo de negligência administrativa e chamou o arquivamento de um "avanço".
A superintendente de Plaquemines, Shelley Ritz, afirmou que o Departamento de Justiça continuou a visitar o distrito até 2023, o que gerava sobrecarga administrativa.
Ativistas dos direitos civis alertam que problemas permanecem, e mais de 130 sistemas escolares ainda estão sob ordens de contra-segregação.