Governo Trump quer encerrar iniciativa global contra HIV, diz “NYT”
Estados Unidos projetam descontinuação gradual do Pepfar, diminuindo a assistência direta ao tratamento do HIV em nações de baixa renda. Novo plano prevê mudanças operacionais focadas em relações bilaterais e investimentos em tecnologias emergentes, apesar da oposição no Congresso.
O Departamento de Estado dos EUA planeja desativar gradualmente o Pepfar (Plano de Emergência do Presidente para o Alívio da Aids), segundo documentos do New York Times.
O novo plano propõe:
- Transformar a atuação do Pepfar: deixará de fornecer medicamentos e serviços diretamente.
- Operação por relações bilaterais: foco na detecção de surtos que ameaçam os EUA e abertura de mercados.
O governo apresentará o plano aos países beneficiários em outubro e ao Congresso em dezembro de 2023.
Com um orçamento atual de US$ 4,7 bilhões, o plano sugere uma redução de 42% nesse valor. O secretário de Estado, Marco Rubio, critica o programa por suposta “fraude e desperdício”.
A proposta surge em meio a:
- Divergências entre apoio bipartidário ao Pepfar no Congresso.
- Pressões do governo Trump por cortes em ajudas externas.
No dia 17/07/2025, o Congresso restituiu US$ 400 milhões ao Pepfar, criado durante o governo de George W. Bush.
A elaboração do plano começou durante a retorno de Trump à Casa Branca e incluiu a rescisão de contratos e acordos de financiamento.
A proposta irá impactar principalmente países da África e regiões com alta prevalência de HIV, com cronogramas de desligamento variados:
- Botsuana, Namíbia, África do Sul e Vietnã: desligamento em 2 anos.
- Quênia, Zâmbia, Lesoto, Zimbábue e Angola: 3 a 4 anos para assumir o programa.
Os documentos reconhecem a complexidade da transição, afirmando que “nenhum programa de saúde global passou por uma mudança dessa escala”.
Apesar dos cortes, o plano prevê investimentos em novas tecnologias, como a injeção de prevenção do HIV lenacapavir, que mostrou 100% de eficácia em ensaios clínicos.
Serão adquiridas doses para 2 milhões de pessoas a US$ 40 por paciente por ano até 2028, com distribuição em até 12 países prioritários.