Governo vai editar MP contra derrubada de vetos do marco das offshores
Governo Lula busca minimizar impactos financeiros na conta de luz com nova Medida Provisória. Congressistas demonstram disposição para dialogar e evitar repercussões negativas após rejeição de vetos.
Governo Lula edita MP para mitigar impactos de vetos no setor eólico
O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) irá editar uma Medida Provisória (MP) para contornar os efeitos dos vetos derrubados no marco das eólicas offshore, que poderiam afetar a conta de luz.
O líder do Governo no Congresso, Randolfe Rodrigues (PT-AP), afirmou que o Legislativo possui “sensibilidade” com a pauta. A MP foi negociada durante um almoço com ministros e líderes do governo, promovido pelo presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP).
Randolfe destacou a urgência da MP: “Essa medida já estava sendo discutida e deve ser anunciada o quanto antes, para evitar impactos na conta de luz dos brasileiros.”
Na terça-feira (17.jun), o Congresso derrubou trechos que prorrogavam contratos e Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs) no Proinfa (Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia Elétrica).
A MP deve ser editada simultaneamente à promulgação dos vetos e a relatoria deve ficar com o senador Eduardo Braga (MDB-AM). Randolfe ressaltou a necessidade de diálogo com o Congresso para a construção da proposta.
Um estudo da consultoria Thymos Energia sugere que a medida pode reduzir em até R$ 1,4 bilhão a Conta de Desenvolvimento Energético (CDE), gerando uma economia direta de R$ 15,9 milhões nas tarifas ao longo de 20 anos.
O encontro na residência oficial ocorreu após duas derrotas recentes para o governo no Congresso, que incluíram a derrubada de 12 vetos presidenciais e a aprovação de urgência para derrubar a alta no Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).
O governo espera contar com o recesso informal das festas juninas para retomar negociações e garantir a manutenção do decreto do ministro Fernando Haddad (Fazenda).
Além disso, o governo acelerou a reserva de emendas para deputados e senadores antes da recente derrota na Câmara.