Governo vai recorrer na Justiça contra derrubada do IOF, diz AGU
Governo federal planeja recorrer ao STF após Congresso derrubar aumento do IOF, estimando uma perda de arrecadação significativa. Medidas alternativas para equilibrar o orçamento incluem novas elevações de impostos e cortes em benefícios fiscais.
Advogado-geral da União, Jorge Messias, anunciou que o governo federal recorrerá ao STF contra a derrubada do aumento do Imposto Sobre Operações Financeiras (IOF) pelo Congresso Nacional.
A equipe econômica havia anunciado, em maio, um decreto para elevar o IOF sobre operações de crédito, predominantemente para empresas. Contudo, na semana passada, o Legislativo barrou essa medida, levando a uma perda de arrecadação estimada em R$ 10 bilhões neste ano e R$ 40 bilhões até 2026, segundo o Ministério da Fazenda.
O aumento do IOF era considerado essencial para equilibrar o orçamento e alcançar a meta fiscal de 2023. Sem o decreto, um bloqueio adicional de R$ 10 bilhões terá que ser anunciado. O governo pode optar por aumentar outros tributos para compensar esta perda, mas enfrenta resistência do Congresso.
O ministro Haddad mencionou que, para 2026, o governo necessita não apenas do aumento do IOF, mas também de uma Medida Provisória que eleve diversos tributos e corte R$ 15 bilhões em benefícios fiscais.
O PSOL também recorreu ao STF pedindo a suspensão da derrubada do aumento do IOF. O presidente do STF, Luís Roberto Barroso, designou o ministro Alexandre de Moraes como relator da ação do PSOL, que alega que a derrubada extrapolou a competência do Congresso e violou a separação dos Poderes.
Com a derrubada dos decretos, deixaram de valer aumentos significativos do IOF, como:
- Compras internacionais com cartão de crédito de 3,38% para 3,5%;
- Compra de moeda estrangeira, de 1,1% para 3,5%;
- Aumento para empresas, de 0,0041% para 0,0082%;
- Alíquotas sobre seguros VGBL e fundos de investimento também foram elevadas.
Se o STF reverter a decisão do Congresso, os aumentos do IOF serão reimplementados.