Greve dos auditores da Receita pode prejudicar meta fiscal do governo, diz sindicato
Greve dos auditores fiscais pode comprometer arrecadação e cumprimento das metas fiscais do governo. Sindicato aponta que R$ 14,6 bilhões em negociações tributárias estão paralisados e alerta para os efeitos a longo prazo na saúde fiscal do país.
A greve dos auditores da Receita completou 115 dias e pode afetar o cumprimento da meta fiscal do governo, segundo o Sindifisco Nacional, que representa a categoria.
Os auditores estão com R$ 14,6 bilhões em negociações tributárias em fase final, que só serão recolhidos após o término da greve, o que poderia triplicar a arrecadação do órgão.
O Sindifisco afirma que a paralisação impacta a capacidade de obtenção de recursos e, consequentemente, as metas fiscais.
A greve também afeta o Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf), que deixou de pautar processos somando R$ 145 bilhões, embora a arrecadação não seja imediata.
Gisele Bossa, sócia do Demarest, observa que, apesar das dificuldades, o Carf reduziu seu estoque de processos em 18,7% em 2024, mas com a greve, essa tendência pode ser revertida.
Dão Real, presidente do Sindifisco, destaca que a greve é uma resposta à falta de reajuste e ao abandono de acordos com o Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI).
O MGI informa que um acordo foi firmado em fevereiro de 2024, garantindo reajuste e regulamentação do bônus para 2024, com um teto que poderá chegar a R$ 41,26 mil até 2026.
Apesar do acordo, o MGI não prevê novas negociações com a categoria. A situação continua influenciado pelo descontentamento dos auditores.