Grupos diversificam e imóveis viram ‘porto seguro’

Grupos familiares diversificam investimentos no setor imobiliário. Empresários de diversos setores, como farmacêutico e telecomunicações, estão apostando na atividade imobiliária para unir diversificação de patrimônio e uso próprio.

Thiago Tavares, CEO do grupo NC (holding da farmacêutica EMS), comenta que essa prática é “natural”, mas pode levar a quebras, já que muitos grupos familiares, incluindo o próprio NC, falharam na área. O braço imobiliário, agora chamado 3Z Realty, está se adaptando a um novo modelo que evita a construção de projetos próprios.

Tavares destaca que o setor farmacêutico gera muito caixa e que o setor imobiliário tem barreiras de entrada baixas, mas muitas empresas cometem erros ao atuarem desordenadamente. A 3Z Realty combina desenvolvimento de novos projetos e renda recorrente, aproveitando imóveis já existentes.

Dentre os grupos pesquisados, todos têm projetos de bairros planejados. Exemplos incluem:

• Grupo Algar: Desenvolvimento do Granja Marileusa em Uberlândia (MG), com 6 milhões de metros quadrados. O ramo imobiliário representa 5% da receita do grupo.
• Grupo NC: Planeja bairros na região de Campinas (SP), incluindo o Órigo, com VGV de R$ 1,8 bilhão.
• Votorantim: Através da Altre, desenvolve o Vivalegro em Votorantim (SP) e foca em projetos corporativos. Investe R$ 1 bilhão em imóveis nos EUA.

Os grupos buscam internacionalização e, apesar dos desafios econômicos, continuam a investir, como é o caso da Algar em projetos na Flórida.

Diante do cenário de juros altos e crédito escasso, a estrutura de holding facilita o acesso ao capital para esses braços imobiliários, permitindo que continuem com seus planos de investimento. Tavares acredita que 25% do valor do grupo 3Z Realty virá do setor imobiliário nos próximos anos.