Guardei um país no meu coração
A devastação em Gaza e o impacto econômico sobre a população revelam uma crise humanitária sem precedentes. A resposta israelense, focada na dominação territorial e garantias de infraestrutura, contrasta com a ausência de diálogo para a paz e reconstrução.
Massacre e destruição de Gaza permanecem relevantes na geopolítica global, embora tenham saído das manchetes.
A guerra em Gaza é a mais longa da História de Israel, com custos estimados de quase US$ 70 bilhões entre 2023 e 2025, correspondendo a cerca de 14% do PIB.
O governo de Benjamin Netanyahu planeja o controle de grande parte da Faixa de Gaza, com investimentos em infraestrutura para uso israelense já em andamento.
Estradas, redes de água, esgoto, eletricidade e antenas de celular estão sendo instaladas, segundo o jornal Haaretz.
Se o objetivo fosse apenas combater o Hamas, processos de paz poderiam ser considerados, como o exemplo da Colômbia com as Farc.
Sem cenários de paz, a reconstrução de Gaza sob administração palestina parece inviável devido ao controle israense. A reconstrução pode levar décadas e a superação socioeconômica será longa.
A destruição da infraestrutura em Gaza é ampla, incluindo redes de energia, água e telecomunicações. Até o início de 2024:
- 82% dos estabelecimentos privados danificados ou destruídos;
- 80% a 96% dos ativos agrícolas comprometidos.
A inflação disparou, com o Índice de Preços ao Consumidor aumentando 191%, e os preços dos alimentos subindo 227% até o final de janeiro de 2024.
A economia de Gaza contraiu 83% em 2024 e o desemprego atingiu quase 80%, com a maioria da população vivendo na pobreza.
A crise também se estende à Cisjordânia, onde a economia contraiu 19% e o desemprego aumentou para 30%.
Israel aprovou um registro de terras na Cisjordânia, dificultando a comprovação dos direitos palestinos.
Netanyahu é visto como um negociador não confiável, rejeitando repetidamente cessar-fogos e pressões internacionais.
A última trégua, iniciada em 19 de janeiro, foi interrompida por ataques israelenses a supostos alvos do Hamas.
Frustrações com a abordagem de Netanyahu afetam relacionamentos, até mesmo com Donald Trump, que expressou descontentamento com a continuação dos ataques.
Pelo menos 60 mil israelenses deixaram o país no último ano, enquanto 40% desejam emigrar. Já os palestinos não possuem essa opção.
(*Dados provenientes da ONU e Banco Mundial)