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'Guerra ao Airbnb': a ofensiva do governo da Espanha contra aluguel turístico em meio a crise de moradia

Solução para a crise de habitação ousada, a Espanha intensifica ações contra o Airbnb e prevê retirada de milhares de imóveis do mercado turístico. Protestos populares crescem em resposta ao turismo desenfreado, refletindo preocupações com a moradia local.

A Espanha solicitou a remoção de quase 66 mil imóveis da plataforma Airbnb por descumprirem normas de hospedagem turística.

A medida surge em um cenário de protestos contra o turismo excessivo, especialmente nas Ilhas Canárias, onde milhares se reuniram no último domingo.

O ministro dos Direitos Sociais, Pablo Bustinduy, afirmou que os imóveis "violaram diversas normas relacionadas à habitação de uso turístico". O anúncio segue uma decisão judicial em Madri que exige a retirada imediata de 4.984 imóveis do Airbnb.

As propriedades estão em seis regiões: Madri, Andaluzia, Catalunha, Comunidade Valenciana, País Basco e Ilhas Baleares. O ministério aguarda decisões sobre os outros 60 mil imóveis suspeitos de irregularidades.

Segundo o governo, os anúncios questionados não apresentaram número de licença, informaram dados incorretos ou não especificaram o status do proprietário.

Bustinduy considera a decisão judicial "uma vitória clara" pelo direito à moradia, enfatizando que interesses econômicos não podem sobrepor-se a este direito.

A habitação é uma preocupação crescente na Espanha, com aluguéis médios duplicando na última década e salários estagnados. Muitos atribuem a crise à presença de imóveis turísticos.

A Espanha é o segundo destino turístico mais visitado do mundo, tendo recebido 94 milhões de visitantes em 2024, um aumento de 13% em relação ao ano anterior.

O primeiro-ministro, Pedro Sánchez, já alertou sobre a superabundância de Airbnbs. A prefeitura de Barcelona anunciou a eliminação de 10 mil apartamentos turísticos até 2028.

Enquanto isso, o Airbnb planeja recorrer contra a decisão e defende que a responsabilidade das informações é dos anfitriões e não da plataforma.

A empresa criticou a política de habitação da Espanha, afirmando que a crise é resultado da falta de oferta, e que a regulamentação do Airbnb não resolve o problema.

Os protestos devem continuar, especialmente com a aproximação do verão. No domingo, manifestantes nas Ilhas Canárias gritaram "As Canárias têm um limite". A mobilização em Maiorca também está prevista com ações semelhantes.

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