Guerra inevitável e solução à vista?
Análise sugere que a intervenção militar de Israel no Irã pode ter motivações pessoais e não é a solução para a estabilidade na região. O histórico de intervenções ocidentais ressalta a importância de priorizar o diálogo ao invés do confronto.
Israel ataca o Irã, considerando essa ação necessária para impedir a produção de armas nucleares. A iniciativa é vista como cirúrgica e promete limitar os planos iranianos, sem maiores consequências globais.
Entretanto, há desafios a esse cenário otimista. Não existem provas claras de que o Irã esteja desenvolvendo armas nucleares, segundo a Comunidade de Inteligência dos EUA. O país enriquece urânio a 60%, mas a intenção aparente é apenas dissuasória.
O poderio militar de Israel é significativo, com aproximadamente 90 ogivas nucleares, enquanto os EUA, seu aliado, não têm um histórico de confiabilidade. Intervenções passadas da CIA e do serviço secreto britânico, como o golpe de 1953 que derrubou um governo democráticamente eleito no Irã, contribuíram para a instabilidade atual.
- A Revolução de 1979 uniu iranianos contra o autoritarismo e a influência ocidental.
- A guerra Irã-Iraque (1980-1988) teve apoio dos EUA a Saddam Hussein.
- Em 2018, Trump rompeu o pacto nuclear de 2015, acirrando as tensões.
O Irã, embora sob um governo opressor, colabora com a AIEA e é transparente no enriquecimento de urânio, ao contrário de Israel, que não adere ao Tratado de Não Proliferação.
A razão por trás do ataque israelense é questionável, podendo estar ligada a interesses pessoais de Netanyahu em se manter no poder. A investida ocorreu após o Irã suspender negociações nucleares com os EUA, sugerindo um espaço para diálogo.
A história mostra que o Ocidente tem sido mais belicoso que o Oriente Médio, com intervenções que reforçaram governos autoritários. O Irã, apesar de ser uma fonte de instabilidade, mantém o Eixo da Resistência, que inclui grupos como Hezbollah e Hamas.
A guerra apenas alimenta a teocracia e o extremismo no Irã. É essencial priorizar negociações credíveis em vez de escaladas bélicas, que atendem a interesses de curto prazo e não promovem a pacificação.