Guerra na Ucrânia: Putin propõe iniciar 'negociações sérias' para tratar das 'raízes' da guerra e Zelensky diz estar pronto para se reunir

Putin propõe negociações com Ucrânia

O presidente Vladimir Putin manifestou interesse em discutir "as raízes" do conflito com a Ucrânia, visando uma "paz sólida e duradoura". Ele sugeriu a realização de "conversas sérias", aceitas por Kiev.

Em um raro pronunciamento televisionado do Kremlin, Putin declarou que a Rússia está disposta a retomar as negociações diretas. Ele mencionou que as conversas devem ocorrer no dia 15 de maio, na Turquia.

A Ucrânia aceitou a proposta, condicionando que as hostilidades cessem a partir do 12 de maio. O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, declarou ser um sinal positivo para o término da guerra.

Pressão internacional

O anúncio de Putin ocorreu após Zelensky e aliados europeus exigirem uma trégua de 30 dias. O Kremlin, através de seu porta-voz Dmitry Peskov, afirmou que tentativas de pressão são "inúteis".

Putin, no entanto, não descartou a possibilidade de um novo acordo de cessar-fogo. Enquanto isso, líderes da chamada "coalizão dos dispostos" advertiram que novas sanções contra a Rússia são esperadas caso não haja um cessar-fogo incondicional.

Condições em Kiev

Zelensky saudou a proposta, mas reforçou que um cessar-fogo imediato é condição essencial para qualquer negociação, segundo Andriy Yermak, chefe do gabinete presidencial ucraniano.

Reações à proposta de Putin incluíram apoio do ex-presidente dos EUA, Donald Trump, que chamou o anúncio de "potencialmente grandioso". O presidente francês, Emmanuel Macron, alertou que um cessar-fogo imediato é necessário antes das negociações.

Motivos para desconfiança

Putin, por sua vez, planejou conversar com o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, para retomar as negociações na Turquia. No entanto, o correspondente da BBC, Frank Gardner, destacou que a possibilidade de um fim real das hostilidades ainda parece distante.

Ele apontou que Putin não aceitou a proposta de trégua de 30 dias e que discute "as causas profundas do conflito". O que, segundo ele, poderia incluir a exigência de que a Ucrânia não se junte à OTAN.

Enquanto isso, os combates continuam, com a Rússia lançando 108 drones contra várias regiões da Ucrânia na madrugada.