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Guerra pode acabar, mas Ucrânia dificilmente será pacificada, diz especialista em defesa

Fragmentação do comando militar na Ucrânia pode dificultar a paz, mesmo com o fim oficial do conflito. Especialistas analisam as implicações do rearmamento europeu e a nova postura dos EUA sob Donald Trump.

Conflito na Ucrânia: Se o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, determinar a interrupção das hostilidades, não há garantias de que todas as tropas o seguirão. Grupos paramilitares, muitos treinados com apoio ocidental, fragmentaram a cadeia de comando militar.

A análise é de Mariana Kalil, professora de geopolítica na Escola Superior de Guerra do Brasil. Em entrevista à EXAME, ela discorre sobre a guerra e os impactos do rearmamento europeu.

Paz na Guerra da Ucrânia: Kalil afirma que a guerra pode terminar formalmente, mas a pacificação da Ucrânia é improvável devido ao poder dos grupos paramilitares no terreno. Para garantir a paz, sugere que a Ucrânia poderia evitar tentar entrar na OTAN ou na União Europeia.

Força Internacional: A ideia de uma força internacional na Ucrânia é complexa. Kalil acredita que qualquer tropa, salvo a americana, poderia ser facilmente superada pelas tropas russas.

Rearmamento Europeu: A autora argumenta que a Europa, ao rearmar-se sob pressão dos EUA, pode estar retornando a uma perspectiva de conflito, apesar de ter historicamente escolhido a cooperação.

Consequências para a Europa: A pressão para a autodefesa pode levar a um aumento de tensões, especialmente com a ascensão de partidos ultra-direitistas que contestam a ordem política pós-Segunda Guerra Mundial.

Trump e a Ordem Internacional: Sob a liderança de Donald Trump, os EUA presenciam uma mudança na política internacional, onde a cooperação dá espaço a uma abordagem transacional focada em interesses imediatos.

Impacto Econômico e Sentimento Anti-Americano: A estratégia de Trump pode intensificar o sentimento anti-americano global, o que poderá ter repercussões econômicas significativas.

Expectativas Futuras: O cenário internacional está mudando, com o liberalismo sendo questionado não apenas por potências como China e Rússia, mas também por governos ocidentais.

Razões para a Mudança: A crise de 2008 e a crescente desconexão entre democracia e neoliberalismo são fundamentais para essa transformação, levando a uma nova leitura de conflito e desatendendo valores de equidade e inclusão.

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