Há dois anos, a Petrobras mudava sua política de preços: melhorou ou piorou?
A nova política de preços da Petrobras promoveu redução de preços nas refinarias, mas a eficácia nos valores ao consumidor final é debatida. Analistas apontam prós e contras da mudança, destacando a falta de transparência e os desafios para importadores e distribuidoras.
Petrobras modifica política de preços de combustíveis há dois anos, substituindo a paridade de importação (PPI) por uma abordagem focada no “custo alternativo do cliente” e “valor marginal”.
A nova estratégia foi implementada sob o comando de Jean Paul Prates, respaldada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O mercado reagiu positivamente, com as ações da empresa subindo mais de 5%.
O Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (Ineep) constatou que a alteração teve sucesso em mitigar a volatilidade dos preços internacionais, resultando em quatro reajustes no diesel em 2023, sendo três para baixo e um para cima.
- Preços do diesel e gasolina caíram 20,9% e 4,0%, respectivamente, entre janeiro de 2023 e abril de 2025.
- Revenda do diesel ficou estável, com leve queda de 0,3%.
- Revenda da gasolina registrou aumento de 25,5%.
Fatores como choques geopolíticos e desvalorização cambial impactaram a eficácia das reduções aos consumidores. Analistas apontam que a nova política pode ter dificultado a concorrência no setor de refino, afetando planos de investimento.
Presidente da Abicom, Sérgio Araújo, critica a falta de transparência da nova política, destacando que distribuidoras têm que equilibrar entre refinarias da Petrobras e importações para manter custos operacionais.
Essa mudança ainda é debatida, com análises dividindo opiniões sobre sua transparência e eficácia no longo prazo.