Há ruído na transmissão da política monetária, diz Galípolo
Gabriel Galípolo alerta para a complexidade dos mecanismos de transmissão da política monetária no Brasil, ressaltando a discrepância entre as taxas de captação de empresas e o crédito oneroso enfrentado pelas famílias. Ele enfatiza que isso pode sinalizar um "ruído" que impacta a eficácia das políticas econômicas.
Presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, declarou que os mecanismos de transmissão da política monetária no Brasil podem não ser tão fluidos como em outros países. A afirmação foi feita em audiência pública na Comissão de Finanças e Tributação da Câmara dos Deputados.
Galípolo questionou como é possível manter juros reais de 10% com baixo desemprego e alta renda das famílias. Ele sugeriu que isso indica um problema na transmissão da política monetária no país.
Ele também mencionou um ruído na transmissão: enquanto empresas obtêm subsídios e conseguem taxas mais baixas, as famílias enfrentam crédito caro, especialmente no crédito rotativo, que é considerado emergencial.
"Esses fatores demonstram o ruído na transmissão da política monetária", completou Galípolo.
Por fim, ele enfatizou que a autonomia do Banco Central não deve significar menos prestação de contas à sociedade.