Haddad diz que aumento de gasto “dá urticária” e reforça compromisso com meta fiscal
Haddad enfatiza a importância do controle fiscal e critica propostas de aumento de despesas, classificando-as como "imprenscindíveis" apenas em situações extremas. O ministro destaca a necessidade de um pacto entre líderes partidários para discutir a adequação dos gastos públicos e as dificuldades na aprovação de reformas estruturais.
Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, reitera compromisso do governo com a meta fiscal e o arcabouço que limita o crescimento das despesas públicas.
Em entrevista à GloboNews nesta sexta-feira (27), Haddad admitiu que propostas de aumento de gastos, fora de casos “imprescindíveis”, lhe causam “urticária”.
O ministro destacou que o maior desafio é manter o novo regime fiscal, com as despesas obrigatórias crescendo acima do teto de 2,5%. Isso pressiona os gastos discricionários, como investimentos e custeio.
Haddad reafirmou que o governo não mudará a meta de resultado primário, após cumprir o prometido em 2023, mesmo com resistências.
Ele também contestou críticas, lembrando de previsões erradas sobre o dólar e outros indicadores econômicos, defendendo a importância da credibilidade.
O ministro apontou distorções em programas como o seguro-defeso e o Benefício de Prestação Continuada (BPC), que pressionam gastos obrigatórios. Exemplo: há 1,9 milhões de requerimentos para o seguro-defeso, enquanto a estimativa é de 300 mil pescadores artesanais.
Haddad criticou a dificuldade de avançar com propostas estruturais no Congresso, como a reforma da Previdência dos militares, afirmando que se não consegue aprovar iniciativas que poderiam gerar R$ 20 bilhões, como lidar com questões de saúde e educação?
Ele sugeriu um pacto com líderes partidários para discutir de forma transparente os gastos primários, com todos, inclusive a oposição, na mesa.