Haddad diz que corte de benefícios fiscais vai ao Congresso só em agosto
Ministro da Fazenda destaca que projeto de lei para corte de benefícios tributários será apresentado em agosto. Apesar da expectativa de arrecadar entre R$ 15 bilhões e R$ 20 bilhões, Haddad admite desafios políticos e técnicos no Legislativo.
Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo que o projeto de lei para cortar 10% em benefícios tributários será enviado ao Congresso apenas em agosto, após o recesso.
Haddad estimou uma arrecadação de entre R$ 15 bilhões e R$ 20 bilhões, valor inferior ao inicialmente esperado. Ele destacou desafios técnicos e resistência política nesse processo.
Embora a equipe econômica preferisse uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) para facilitar o corte, as lideranças do Congresso vetaram essa opção. Assim, será apresentada uma proposta por meio de um projeto de lei complementar, exigindo análise específica de cada regime especial.
Haddad admitiu que a Receita Federal ainda busca formas técnicas para um corte linear diante da “enormidade de leis” com regimes tributários diferenciados e que as mudanças resultarão em menos receitas do que o previsto.
Sem cortar benefícios constitucionais, como os voltados para pessoas físicas, o governo deve alcançar, na melhor estimativa, entre R$ 15 e R$ 20 bilhões.
O ministro negou que houvesse proposta para tributar deduções médicas, descartando a ideia para evitar acusações de ônus sobre pessoas doentes.
O pacote enfrenta resistência de setores que utilizam incentivos, com lobby expressivo no Legislativo. Haddad mencionou que o presidente da Câmara, Hugo Motta, ofereceu apoio público, mas ressaltou que o pacote deve enfrentar forte oposição.