Haddad diz que não houve traição na derrubada do decreto do IOF
Ministro nega traição na derrubada do decreto do IOF e busca entender decisão do Congresso. Derrota representa um recado do presidente da Câmara ao governo, que agora enfrenta cortes em benefícios sociais.
Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, negou nesta 3ª feira (1º.jul.2025) que houve traição por parte do presidente da Câmara, Hugo Motta, e do Senado, Davi Alcolumbre, na derrubada do decreto do IOF.
Haddad enfatizou: “Nós nunca tratamos nesses termos... não cabe numa relação institucional.” O Congresso aprovou a derrubada, configurando uma derrota para o governo Lula. Haddad manifestou a intenção de dialogar com Motta e Alcolumbre para compreender a mudança de encaminhamento.
Na 2ª feira, Motta publicou um vídeo defendendo sua posição. O AGU anunciará se o governo recorrerá da decisão. A derrubada do decreto no Congresso teve 383 votos a favor e 98 contra, sendo uma significativa derrota para o governo.
O projeto de lei complementar que revisa a concessão de benefícios sociais será votado nesta 3ª feira, com previsões de cortes de 10% em benefícios e isenções fiscais. Haddad mencionou a necessidade de adequar o regime fiscal do país.
O Brasil apresenta 6% do PIB em renúncia fiscal, quando a emenda constitucional estabelece um máximo de 2%. Se a urgência for aprovada, o projeto poderá ser votado sem comissões na Câmara.
O governo planeja apresentar a proposta após o recesso parlamentar em 17 de julho, preservando benefícios constitucionais. Haddad indicou a necessidade de cortar pelo menos R$ 15 bilhões em gastos tributários para equilibrar as contas de 2025 e 2026.