Haddad diz que reunião com secretário dos EUA foi cancelada e atribui a ‘forças da extrema-direita’
Reunião com o secretário do Tesouro dos EUA é cancelada, refletindo desafios diplomáticos enfrentados pelo Brasil. Haddad critica a falta de acesso do país nas negociações em comparação com outras nações.
Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou que a reunião marcada com o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, para o dia 13 foi desmarcada.
A reunião, que ocorreria por videoconferência, tinha como objetivo discutir a tarifa de 50% sobre parte das exportações brasileiras para os EUA. Haddad recebeu a notícia do cancelamento um ou dois dias após informar à imprensa sobre o encontro.
O ministro revelou que a justificativa para o cancelamento foi a falta de agenda. Ele considerou a situação “inusitada” e destacou que a posição do Brasil é “completamente diferente” dos outros países, como Japão e Coreia do Sul, que conseguiram marcar reuniões sobre o mesmo tema.
Haddad atribuiu o cancelamento a forças de extrema-direita no Brasil, mencionando uma entrevista de Eduardo Bolsonaro ao Financial Times, que sugeriu sanções dos EUA ao Brasil. O ministro criticou o custeio do deputado, que está nos EUA sem exercer sua função no Brasil.
Sobre a necessidade de um telefonema entre o presidente brasileiro e o presidente americano, Haddad considerou a sugestão do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, “um pouco ingênua” e ressaltou que é preciso uma preparação prévia para esses contatos.
Haddad concluiu que os EUA estão mudando sua relação com o mundo, não apenas por questões ideológicas, citando a mudança geopolítica global como um fator importante.