Haddad perde poder de articulação e enfrenta perigo de nova derrota ao tentar aumentar impostos
Ministro da Fazenda enfrenta resistência no Congresso após críticas por falta de negociação nas propostas de aumento de arrecadação. Mudanças no IOF geram insatisfação entre parlamentares e complicam a articulação política do governo Lula.
Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, enfrenta dificuldades no Congresso Nacional desde o início do governo Lula.
Proposta de mudanças no IOF gera críticas de parlamentares que afirmam que Haddad deveria negociar antes de apresentar novas medidas. A falta de pagamento de emendas parlamentares também atrapalha sua agenda.
Haddad, que anteriormente conseguiu aprovar o arcabouço fiscal, agora é acusado de abandonar a articulação política. Apesar de dizer estar aberto ao diálogo, sua proposta enfrenta resistência crescente.
No último domingo, Haddad se reuniu com líderes do Congresso após recuos no aumento do IOF. Mas na quarta-feira, um bate-boca em uma audiência levou a novas tensões.
O presidente da Câmara, Hugo Motta, criticou a proposta de impostos sem cortes de gastos, e anunciou urgência para um projeto que derrube o decreto do governo. “O clima na Câmara não é favorável para o aumento de impostos”, disse.
A insatisfação aumentou após Haddad anunciar medidas como se já houvesse consenso no Congresso, gerando reações negativas. O senador Otto Alencar questionou a falta de comunicação do ministro com os parlamentares.
Haddad reconheceu a necessidade de alinhamento e disse estar disposto a debater. A recente decisão do ministro Flávio Dino, do STF, sobre emendas gerou promessas do governo de liberar recursos.
Por fim, líderes do governo tentam defender Haddad, afirmando que apesar da falta de acordo, o diálogo não faltou, enquanto o líder na Câmara alegou que a oposição está agindo de forma desproporcional nas críticas.