Haddad poupa Galípolo e culpa Campos Neto por Selic a 15%
Haddad critica o nível elevado da Selic e atribui a responsabilidade ao ex-presidente do Banco Central. O ministro discute novas iniciativas de crédito imobiliário e a necessidade de cautela na política monetária.
Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, expressou preocupação com a taxa Selic atual de 15% ao ano, atribuindo a culpa à gestão anterior do Banco Central sob Roberto Campos Neto, indicado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro.
Haddad afirmou que a alta da taxa foi "contratada" na última reunião de Campos em dezembro de 2024 e destacou que o Banco Central não deve mudar sua política monetária abruptamente para manter sua credibilidade.
Na mesma entrevista, Haddad mencionou uma reunião com o presidente Lula sobre novas medidas de crédito imobiliário para a classe média, enfatizando que a ideia está em desenvolvimento e envolve vários órgãos, incluindo a Caixa Econômica Federal.
Ele comparou o crédito imobiliário brasileiro, que representa 10% do PIB, com outros países, como o Chile (30%) e a Austrália (mais de 100%), destacando a necessidade de desenvolver esse setor para o crescimento econômico.
Sobre o recente decreto que prevê a incidência de IOF sobre operações de risco sacado, Haddad justificou a mudança como necessária para evitar brechas que permitiam às empresas não pagarem o tributo, ressaltando que o governo agiu para fechar "a porta dessa transgressão".