Haddad responde a Alcolumbre sobre jabutis de energia: 'Não fiz campanha contra o Congresso'
Haddad defende vetos de Lula a subsídios que onerarão a conta de luz e critica falta de apoio do Congresso. O ministro destaca a importância de diálogos técnicos para evitar aumentos indesejados na tarifa elétrica.
Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, declarou que o governo não realizou campanha contra o Congresso pela derrubada dos vetos do presidente Lula. Esses vetos envolveram os chamados "jabutis" (subsídios) que devem aumentar a conta de luz.
Haddad apoiou os vetos por confiar em especialistas, não por ser contra o Congresso. Ele ressaltou: "O Congresso tem o direito constitucional de derrubar o veto." O ministro também reiterou que não houve acusações ao Congresso por parte do governo.
Ao participar do C-Level Entrevista, Haddad respondeu a críticas do presidente do Senado, Davi Alcolumbre. Alcolumbre repudiou o que chamou de "ataques levianos" ao Congresso, afirmando que o Legislativo agiu com responsabilidade.
Segundo o governo, a derrubada dos vetos já implica um aumento de R$ 35 bilhões na conta de luz dos brasileiros. Se todos os vetos caírem, esse valor pode alcançar R$ 65 bilhões.
Os vetos, derrubados na semana passada, abordam investimentos em energia eólica offshore, beneficiando empresários do setor. Haddad expressou preocupação com o impacto financeiro na população e criticou a defesa de Alcolumbre em manter os subsídios, destacando que não há apoio de especialistas para os jabutis.
O ministro comparou a situação às opiniões sobre aquecimento global, enfatizando que as decisões devem ser baseadas em dados técnicos. Ele fez um apelo por diálogo para evitar o ônus sobre o consumidor.
Haddad evitou comentar sobre os lobbies empresariais a favor dos jabutis e afirmou que não possui informações sobre isso. Existem críticas à gestão Lula por conta das declarações do governo, que impactaram a imagem perante a população.
Sobre sua percepção de isolamento, Haddad se declarou otimista, citando apoio de lideranças como Lindbergh Farias e Gleisi Hoffmann, e ressaltou a importância de dialogar e convencer sobre as causas certas.