Hapvida: cobranças retroativas do SUS pressionam provisões; banco vê efeito limitado
Hapvida retoma cobranças do SUS após subprovisionamentos e analistas projetam crescimento acelerado. Instituições financeiras mantêm recomendações de compra, mas alertam sobre os desafios de curto prazo e riscos jurídicos.
Reembolso ao SUS em foco: A Hapvida (HAPV3) enfrenta atenção dos investidores após a NDI Saúde, sua subsidiária no Sudeste, não receber GRUs desde 2022, resultando em subprovisões. Porém, a partir de abril, as cobranças foram retomadas, inclusive com faturas retroativas.
O Itaú BBA reporta que a NDI foi cobrada em R$ 164 milhões no 2T25, totalizando R$ 219 milhões no trimestre. Eles estimam que R$ 134 milhões das cobranças não estavam provisionadas, impactando o resultado e o caixa devido a depósitos judiciais.
O Itaú BBA classifica essa situação como um tema regulatório e não um erro na metodologia de provisão da empresa. O impacto retroativo é justificável e não afeta significativamente a lucratividade normalizada da Hapvida.
Atualmente, a Hapvida é negociada a um valuation de 7 vezes o lucro projetado para 2026 e prevê um yield de fluxo de caixa (FCFE) de 10% em 2025 e 11% em 2026. O banco mantém recomendação de compra e preço-alvo de R$ 61.
A PESL-SUS se refere à provisão necessária para cobrir pagamentos ao SUS. O BBA considera que as provisões representarão 1,1% da receita líquida futura, apenas 10 pontos-base acima das estimativas anteriores. As estimativas de receita e Ebitda permanecem inalteradas.
O BTG Pactual nota uma aceleração do crescimento a partir do 2S25, focando na expansão de beneficiários e iniciativas comerciais, apesar da concorrência e sazonalidade nas provisões. O BTG também observa crescimento nas despesas comerciais e enfatiza a verticalização do modelo de negócios com metas de 70% a 75% de integração.
A instituição mantém recomendação de compra, ressaltando que o desempenho das ações depende da retomada do crescimento e da mitigação de riscos jurídicos.