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Historiador israelense defende Estado binacional como solução do conflito em evento em São Paulo

Historiador defende um Estado binacional como solução para o conflito entre israelenses e palestinos. Pappe criticou a repressão ao debate sobre o antissionismo e a manipulação do conceito de antissemitismo.

Ilan Pappe, historiador judeu israelense, criticou o que denomina de genocídio palestino e defendeu a criação de "um Estado democrático e livre para todos" em evento na USP nesta terça-feira (5).

Durante sua apresentação, Pappe afirmou que a única solução para encerrar o ciclo de violência na região é a formação de um Estado único, com direitos iguais para palestinos e judeus. Ele afirmou: "Não se trata de apagar Israel, mas de reconstruir a possibilidade de uma vida comum, do rio ao mar".

Professor na Universidade de Exeter, Pappe foi perseguido politicamente na Universidade de Haifa por suas críticas ao Estado de Israel.

A opção por um Estado binacional é apoiada por setores da esquerda, mas criticada por defensores de um Estado judaico exclusivo. A maioria da comunidade internacional, incluindo o Brasil, apoia a solução de dois Estados, Israel e Palestina, vivendo lado a lado.

Pappe enfrentou pressões de grupos pró-Israel durante sua estadia no Brasil, incluindo pedidos de cancelamento de suas falas, enquanto o diretor da FFLCH, Ádrian Pablo Fanjul, denunciou tentativas de silenciamento acadêmico. Ambos criticaram a confusão entre antissionismo e antissemitismo como uma distorção que impede o debate sobre os crimes contra os palestinos.

A Bnai Brith, uma organização judaica internacional, expressou preocupação com a palestra de Pappe, alegando que ele promove um "discurso de ódio". Fanjul classificou a situação como "insólita".

No evento, Pappe criticou as pressões sobre universidades para evitar o uso do termo "contexto" ao abordar o conflito palestino, sublinhando que fornecer contexto é essencial para a pesquisa histórica.

Pappe é parte da nova historiografia israelense e utiliza documentos militares de 1948 para expor a expulsão de palestinos como parte de uma limpeza étnica.

A professora Arlene Clemesha, mediadora do evento, ressaltou a importância do trabalho de Pappe no cenário internacional e sua luta contra o silenciamento, afirmando que a supressão de suas ideias contribui para o massacre contínuo de palestinos.

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