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Hortas em escolas promovem educação integral e melhoram alimentação de alunos da rede pública em SP

Iniciativa promove hortas em escolas de São Paulo para enfrentar desafios como insegurança alimentar e mudanças climáticas. O projeto visa integrar a educação e a prática agrícola, melhorando a alimentação dos estudantes e envolvendo a comunidade.

Toda escola deveria ter uma horta. Essa é a motivação de Hans Dieter Temp, 60, fundador da ONG Cidade Sem Fome. A organização já implementou 50 canteiros em escolas públicas da zona leste de São Paulo.

O projeto visa enfrentar três problemas das grandes cidades brasileiras: desemprego, insegurança alimentar e os impactos das mudanças climáticas.

A ONG, atuando desde 2012, promove a criação de hortas em áreas ociosas das escolas. As hortas contribuem para educação integral e melhoram as refeições dos alunos com produtos colhidos no local.

Hans afirma: "A horta nas escolas ajuda a levar a ideia para a comunidade." Quando há excesso, verduras são enviadas para as famílias, incentivando o cultivo em casa.

A ONG capacita profissionais para manutenção das hortas e integração dos alunos ao cultivo. Beatriz de Lima Medici, nutricionista, destaca o vínculo dos alunos com a terra. Apesar de não haver disciplina específica, a horta é utilizada nas aulas.

A abordagem pedagógica é conhecida como educação integral, que articula saberes acadêmicos, sociais e culturais. "Se aprende em todos os lugares", afirma a especialista Helena Singer.

A diretora da escola, Lucimar Farias Santos, relata que alimentos cultivados no canteiro, de 10 mil metros quadrados, são servidos aos alunos pelo menos duas vezes por semana.

Atualmente, a ONG mantém hortas em 57 escolas, com custo médio anual de R$ 50 mil por unidade. Caterina Coser Di Pasquale, responsável pela captação de recursos, menciona a falta de previsibilidade financeira como obstáculo para a expansão do projeto.

Hans aponta que 32 escolas estão na lista de espera. A ONG depende de financiamentos privados, já que nunca recebeu investimento da prefeitura ou do governo do estado. A Secretaria Municipal de Educação reconhece a importância das iniciativas, mas a destinação de recursos depende de critérios legais.

A Seduc-SP informou que mantém o projeto Horta Educativa, promovendo o cultivo de verduras para merenda escolar, priorizando alimentos in natura.

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