IA não pode ser instrumento de manipulação na mão de bilionários, diz Lula no Brics
Lula defende no Brics uma governança global para a inteligência artificial que promova justiça e equidade, criticando o controle das big techs. O presidente também aborda a necessidade de reformas no FMI e a luta contra o protecionismo disfarçado em negociações comerciais.
Presidente Luiz Inácio Lula da Silva discursou na cúpula do Brics e ressaltou que a inteligência artificial não deve ser um "privilégio de poucos países" ou um "instrumento de manipulação" por bilionários.
No evento, ele declarou que as novas tecnologias precisam operar sob um modelo de governança justo, inclusivo e equitativo. O Brics pretende defender uma governança global para a IA, atualmente dominada por empresas americanas.
A proposta inclui a proteção dos direitos de propriedade intelectual e mecanismos de remuneração justa, mas enfrenta resistência das big techs e do setor de mídia.
Lula também criticou o "protecionismo disfarçado" em discussões de comércio internacional e clima, enfatizando a necessidade de destravar negociações agrícolas e distinguir políticas ambientais legítimas de restrições comerciais.
A fala é um recado à União Europeia sobre a lei antidesmatamento, que pode impactar produtos brasileiros. A cúpula do Brics defendeu que medidas contra a mudança do clima não devem levar a discriminações no comércio internacional.
Além disso, Lula **defendeu** a reforma da governança do FMI, propondo um realinhamento de cotas que reflita de forma mais justa a economia global. Ele afirmou que a atual estrutura beneficia países avançados enquanto as nações em desenvolvimento enfrentam altos custos de dívida.
Lula concluiu mencionando a injustiça do sistema financeiro atual, que, segundo ele, aprofunda desigualdades, e a necessidade de justiça tributária para um crescimento inclusivo.