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IA reduz espera em hospital e agiliza prescrições, mas desafia proteção de dados e conduta médica

Solução de inteligência artificial reduz em até 60% o tempo de espera em pronto-socorros e facilita a emissão de documentos médicos. Iniciativas no Brasil buscam aprimorar a experiência do paciente e aumentar a eficiência dos profissionais de saúde.

A arquiteta Lorena Aguiar, 36 anos, utilizou uma solução de IA que permite que pacientes com sintomas leves retirem uma senha remota e esperem em fila virtual em casa para atender seu filho, Lucas, 2 anos. Ela conseguiu evitar uma espera de três horas no hospital.

A solução foi implantada em janeiro deste ano em cinco unidades de saúde da rede Mater Dei, em Belo Horizonte e Salvador, reduzindo o tempo de espera em até 60%.

A diretora de inovação da Mater Dei, Lara Salvador, destacou que a equipe identificou a demora no atendimento como uma das principais queixas dos pacientes, inspirando-se em práticas do setor de restaurantes para implementar a fila virtual.

Em parceria com a A3Data, a solução considera fatores como localização e dia da semana para otimizar a espera.

No Brasil, surgiram 70 startups de IA na saúde nos últimos cinco anos, com 64,8% dessas em território brasileiro, impulsionadas por avanços em deep learning e processamento de linguagem natural.

Entretanto, a digitalização também aumenta a exposição de dados pessoais, conforme ressaltado por Gustavo Zaniboni, que enfatiza a necessidade de cuidados com a LGPD.

A solução utiliza a tecnologia AWS da Amazon para armazenar informações, levantando questões sobre a soberania e a segurança dos dados dos brasileiros.

O governo brasileiro está trabalhando em uma nuvem soberana, com investimento de R$ 1,2 bilhão para proteger dados nacionais.

Na prática médica, a IA trouxe facilidades como o aplicativo Nuvie, que permite que médicos emitam documentos e prescrições rapidamente, aumentando a eficiência do trabalho e reduzindo burocracias.

Outro exemplo é o 224Scan, que realiza pré-laudos de raios-X em apenas 60 segundos, agilizando o diagnóstico e aumentando as chances de tratamento eficaz.

O CFM e o CRMMG reconhecem os benefícios da automação na saúde, mas alertam para a necessidade de supervisão médica constante, salvaguardando a qualidade do atendimento e a segurança do paciente.

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