Ibovespa e dólar: o que explica aparente tranquilidade ante tarifaço e temor político
Investidores analisam incertezas comerciais e política interna enquanto aguardam a vigência da tarifa de 50% dos EUA sobre produtos brasileiros. O cenário permanece cauteloso, com expectativas sobre cortes de juros nos EUA e balanços de empresas em destaque.
Dólar e Ibovespa oscilam pouco nesta terça-feira, com investidores atentos ao impasse comercial entre Brasil e EUA. A tarifa de 50% imposta por Donald Trump sobre produtos brasileiros entra em vigor amanhã.
Por volta das 13h30, o Ibovespa avançava 0,26%, a 133.320 pontos, e o dólar tinha leve alta de 0,01%, cotado a R$ 5,507.
O governo brasileiro busca negociar isenções à tarifa, mas não teve sucesso até agora. Há também temores sobre a reação da Casa Branca à prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro determinada pelo ministro Alexandre de Moraes.
Quando Trump anunciou a tarifa, ele a vinculou ao tratamento que Bolsonaro recebeu do STF durante o julgamento por tentativa de golpe.
O índice chegou a ultrapassar 134 mil pontos em sua máxima do dia. A ausência de comentários de Trump sobre o Brasil animou investidores, mas a cautela persiste devido à imprevisibilidade do presidente americano.
Analistas, como Alison Correia, apontam que a prisão não surpreendeu o mercado, que já acompanhava o processo. Para Rodrigo Moliterno, a tensão com a prisão de Bolsonaro é preocupante, mas há otimismo quanto a cortes de juros nos EUA e os balanços que serão divulgados.
O Banco Central divulgou a ata de sua última reunião, destacando a incerteza criada pela política tarifária dos EUA.
Resultados trimestrais de empresas como Itaú, GPA e PRIO serão divulgados hoje. No exterior, a atividade do setor de serviços dos EUA se manteve estagnada em julho, o que afetou negativamente as bolsas americanas e impactou o mercado aqui.