Ibovespa recua e dólar sobe a R$ 5,55 com tarifas de Trump; Minerva recua 7%
Ibovespa é pressionado pela ameaça de Trump de impor tarifas de 50% sobre produtos brasileiros, com reflexos negativos no mercado. Analistas alertam que a medida pode impactar o PIB do Brasil em até 0,4 ponto percentual, provocando quedas em ações de empresas expostas ao comércio com os EUA.
Ibovespa recua nesta quinta-feira (10) com a escalada das tensões comerciais entre Estados Unidos e Brasil.
O índice B3 cai 0,83%, alcançando 136.341 pontos. O dólar avança 0,88%, cotado a R$ 5,55.
A reação foi em resposta à ameaça do presidente americano Donald Trump, que anunciou uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros a partir de 1º de agosto de 2025. Isso ampliaria a taxação anterior de 10%.
Trump também criticou o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro e decisões do STF, chamando o processo de uma “desgraça internacional”.
O diretor de pesquisa macroeconômica do Goldman Sachs, Alberto Ramos, comentou que a carta de Trump é “a mais singular” por mencionar Bolsonaro logo no início.
A ameaça de tarifas gera preocupações sobre o impacto no PIB brasileiro, estimando uma redução de 0,3 a 0,4 ponto caso nenhuma retaliação ocorra. As empresas mais afetadas incluem Suzano (SUZB3) e CSN (CSNA3).
As ações da Suzano têm leve alta de 0,08%, enquanto as da CSN sobem 3,15%. A exportadora de proteína Minerva (BEEF3) lidera as quedas com 7,12%.
A Embraer (EMBR3) também se destaca negativamente, com queda de 5,54%. O BTG Pactual considera a tarifa uma má notícia para a Embraer, que tem 60% das vendas nos EUA.
As ações da Petrobras (PETR4) recuam 1,67%, ajudando na queda do Ibovespa. O impacto das tarifas para a Petrobras é visto como neutro, mas retaliação brasileira poderia aumentar custos de importação.
Informações da Bloomberg News.