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Imigração, miscigenação, violência: como a história do Brasil deixou marcas até no nosso DNA

Estudo revela que o DNA dos brasileiros reflete a complexa história de colonização e miscigenação no país. Pesquisa de sequenciamento genômico destaca a influência desproporcional de europeus homens na ancestralidade, enquanto mulheres indígenas e africanas desempenharam um papel significativo.

Estudo revela evidências da colonização do Brasil no DNA dos brasileiros atuais.

Cientistas sequenciaram o genoma completo de 2,7 mil pessoas, detectando influências de indígenas, africanos e europeus.

O estudo foi publicado na revista Science e envolve 24 pesquisadores de 12 instituições. Faz parte do projeto "DNA do Brasil", iniciado em 2019, com o objetivo de criar um banco de dados sobre a genética brasileira.

Resultados preliminares mostram que 70% das linhagens de cromossomos Y (masculinas) são de ancestralidade europeia, enquanto 42% do mtDNA (feminino) é africano e 35% é indígena.

A pesquisa destaca relacionamentos assimétricos durante a colonização: homens europeus com mulheres indígenas ou africanas, revelando as consequências da violência colonial.

Os pesquisadores planejam sequenciar o DNA de cerca de 12 mil brasileiros para melhor representar diversas regiões e comunidades. Essas informações servirão para entender mutações e doenças comuns.

O estudo ainda contextualiza a imigração no Brasil, mostrando diversidade genética com grupos africanos e seus trajetos complexos. A análise da composição genética revela a miscigenação em períodos significativos da história do Brasil.

Para os autores, a pesquisa ajuda a entender como a história e as condições sociais moldaram a complexidade genética da população brasileira, tornando-a a mais miscigenada do mundo.

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