“Imortalidigitalização”. A fantasia transumanista
O transumanismo propõe a superação das limitações corporais por meio da tecnologia, buscando a imortalidade da consciência. No entanto, os riscos e questões éticas relacionadas à digitalização da alma e à natureza do ser humano permanecem em debate.
O corpo decai, mas a mente resiste. O movimento transumanista, surgido na Califórnia nos anos 1980, busca a imortalidade através da tecnologia.
Seu principal objetivo é transcender as limitações biológicas, utilizando inteligência artificial, medicina regenerativa, nanomedicina, entre outras inovações.
Uma das apostas chave é o “mind uploading”, que ambiciona digitalizar a consciência humana, armazenando memórias e personalidades em máquinas.
Isso garante a perpetuação da vida mental, mas a proposta transumanista levanta questões: até onde se pode chegar na busca pela imortalidade?
- A transformação dos humanos em máquinas inteligentes busca deixar o Homo sapiens para trás.
- Critica-se o reducionismo que vê os humanos como meras máquinas de processamento de dados.
- Resta a dúvida: o que sobra da pessoa após o “eu digital”?
Além disso, a vulnerabilidade de tecnologias levanta preocupações sobre a autenticidade da vida digitalizada.
O transumanismo representa uma busca de controle e solução tecnológica que frequentemente resulta em crises, como a climática.
Ao refletir sobre o futuro digital e a inteligência artificial, a era das miragens tecnológicas se torna evidente.
Como Benjamin Franklin observou, “nada é certo exceto a morte e os impostos”. Contudo, o transumanismo pode redefinir esta conclusão.
Eduardo Giannetti da Fonseca é o autor do livro “Imortalidades”, da Companhia das Letras.