Implantação de usinas renováveis no Brasil deve entrar em declínio após 2035
Queda na implantação de usinas renováveis é projetada devido a incertezas regulatórias e custos elevados. A consultoria Wood Mackenzie destaca que sistemas de armazenamento em baterias são essenciais para mitigar os impactos no setor.
Projeção da Wood Mackenzie aponta que a implantação de usinas eólicas e solares no Brasil poderá cair, em média, 8% na próxima década.
No Nordeste, a redução pode chegar a 11%, enquanto no Sudeste e Centro-Oeste deve ser de apenas 2%.
Até 2035, o Brasil deve adicionar cerca de 76 GW novos em capacidade, impulsionados por projetos que exploram descontos tributários e a geração solar distribuída, com crescimento médio anual de 5,5%.
O relatório prevê uma desaceleração na expansão devido a
- excesso de oferta
- alta nos preços de módulos fotovoltaicos
- fim dos descontos da MP 1.300
Marina Azevedo, analista da Wood Mackenzie, afirmou que as incertezas regulatórias estão levando os geradores renováveis a adiar suas estratégias.
Embora novas linhas de transmissão estejam planejadas, como o bipolo Silvânia-Graça Aranha, com R$ 18 bilhões em investimentos, a taxa de escoamento de energia ainda é considerada insuficiente.
A partir de 2032, a combinação de sistemas de armazenamento em baterias e a expansão da rede de transmissão será crucial para conter a queda nas usinas renováveis.
Fernando Dorand, também da Wood Mackenzie, enfatizou que apenas adicionais de transmissão não resolverão o problema: baterias e resposta à demanda serão fundamentais.
Especialistas alertam sobre a necessidade de apoio regulatório. Altos custos exigem incentivos e leilões específicos para armazenamento.
O secretário-executivo adjunto do MME, Fernando Colli, informou que leilões para baterias devem ocorrer após o leilão de reserva de capacidade em 2026.
O ministro Alexandre Silveira ressaltou o comprometimento em cumprir as etapas rapidamente, ressalvando a realização do leilão apenas em caso de fato superveniente.