Inadimplência do agronegócio surpreendeu, diz presidente do BB ao explicar queda do lucro
Banco do Brasil registra queda de 20,7% no lucro líquido do primeiro trimestre, impactado pela inadimplência recorde no agronegócio. A presidente Tarciana Medeiros projeta uma recuperação lenta, mas acredita que medidas em andamento podem mitigar os efeitos da crise no setor.
Banco do Brasil decepciona mercado com resultado do primeiro trimestre, apresentando queda de 20,7% no lucro líquido ajustado, totalizando R$ 7,37 bilhões. Aumento da inadimplência no agronegócio é o principal fator, superando expectativas da presidente Tarciana Medeiros.
Inadimplência na carteira do agro subiu para 3,04%, acima de 2,45%% no trimestre anterior e de 1,19%% no ano passado. A média estimada por analistas para o lucro era de R$ 9,05 bilhões.
As ações do BB caíram 12,21% na B3, cotadas a R$ 25,81, impactando negativamente o Ibovespa.
Segundo Geovanne Tobias, vice-presidente de gestão financeira, medidas de judicialização e aumento de renda no campo devem ajudar a controlar a inadimplência no segundo semestre.
Tarciana informou que 80%% dos inadimplentes são clientes antigos, e a expectativa é que honrem suas dívidas. Ela ressaltou que não há descontrole na inadimplência de pessoa física ou jurídica e que a concessão de crédito continuará.
O BB também está em diálogo com o Banco Central para tratar a carteira agro de forma diferenciada, buscando ajustes na resolução 4.966. Felipe Prince, vice-presidente de riscos, criticou a nova resolução por gerar despesas de provisão mais abruptas.