Inadimplência do novo crédito consignado CLT está acima de 15%

Inadimplência do crédito consignado para trabalhadores do setor privado ultrapassa 15%, refletindo problemas técnicos e operacionais.

A Dataprev revelou que apenas 84,19% das primeiras parcelas de 2,1 milhões de contratos foram pagas. A inadimplência elevada está ligada a contratempos na confirmação de empréstimos e no desconto em folha.

Na quarta-feira (20), os bancos suspendem a contratação do crédito para melhorias no sistema, visando transferir 4 milhões de contratos para a nova plataforma. Problemas na escrituração e nas informações do eSocial contribuem para a inadimplência, que cai para 3,7% quando os contratos estão devidamente escriturados.

Rafael Baldi, da Febraban, destaca que a inadimplência está ligada a falhas técnicas e dificuldades das empresas no lançamento de dados. Leandro Vilain, CEO da ABBC, observa a surpresa negativa dos problemas operacionais e a necessidade de melhorias no processo automatizado.

A expectativa é de normalização em meses, com aprimoramentos técnicos da Dataprev. O programa Crédito do Trabalhador foi lançado em 21 de março, mas não resultou na redução esperada das taxas de juros, que permanecem elevadas devido ao perfil de risco piorado dos novos tomadores.

Juros do consignado subiram de 2,9% em fevereiro para 3,58% em agosto. Bancos menores dominam a nova modalidade, com 52% dos contratos, enquanto grandes instituições representam 48%.

O Crédito do Trabalhador ainda aguarda regulamentações sobre garantias e portabilidade. Até agora, foram fechados 5,6 milhões de contratos, totalizando R$ 27,8 bilhões concedidos.

Apesar dos desafios, o crédito consignado é visto como uma alternativa positiva em relação a modalidades com altas taxas, como o rotativo do cartão de crédito.